Curiosidades no curso de inglês

Na escola de inglês que estou frequentando, a grande maioria (uns 60% ou 70%) vem da Arábia Saudita. Outra grande (uns 20%) parte vem da China, e o restante (cerca de 15%) é da Coreia do Sul. Não há nenhum aluno das Américas, sou a única exceção. Aliás, ver alguma parte dos EUA sem latinos é quase impossível…!

Minha turma conta com 12 alunos: 8 árabes, 2 chineses, 1 coreana e eu. Sou a única que não teve que decorar um novo alfabeto para aprender inglês… Nunca pensei que isso seria possível! E a diversidade é grande, ando ganhando uma bela experiência cultural. Várias discussões que surgem na aula são hilárias!

Exemplos:

– Descobri que na Arábia Saudita é proibido ter animais de estimação, a não ser peixes de aquário. E pela falta de convivência com simples cães ou gatos, eles morrem de medo deles! Um dos alunos disse que, se vir qualquer cachorro na sua frente, sai correndo.

– Na China, se alguém mata mais do que 70 pessoas (70, isso mesmo…), fica exposto em local público (a fim de que o assassino se sinta envergonhado pelo fato) e depois é executado. Isso mostra que existe algo específico para assassinatos em massa…

– Um dos colegas comentou comigo: “Do Brasil, conheço apenas uma cantora, que também dança…” E eu perguntei: “Ah, é? Quem?” A resposta: “Mulher Melancia!” Só finalizei dizendo que no Brasil há algumas boas músicas, e preferi não quis julgar o que ele acha dessa cantora.

– Quando tivemos que pensar em algo que o nosso país faz melhor que os EUA, e vice-versa, a coreana disse que sabia listar muitas coisas melhores de sua terra, porém não havia nada superior que fosse feito nos EUA em relação à Coreia do Sul. Fico surpresa com uma afirmação dessas, pois sempre há algum aspecto a ser mencionado!

Vou ver o que surge nas próximas semanas…!

Aulas de inglês

Aproveitando a minha estadia por aqui e sabendo que terei que escrever a minha tese na língua inglesa, resolvi fazer um curso intensivo de inglês, com foco em writing. Infelizmente o objetivo da escola que encontrei no campus é um pouco diferente (preparatório para aqueles que querem cursar graduação ou mestrado numa universidade americana), mas solicitei uma agenda especial e está sendo interessante. O conteúdo em si está abaixo do que esperava – e conversei sobre isso com o diretor acadêmico, pois já fiz uma semana de aulas -, só que sempre há algo para aprender.

Além disso, felizmente os professores são ótimos e bem qualificados. Tenho aproveitado, então, para lhes fazer várias perguntas sobre dúvidas que sempre tive em relação ao idioma, e diversas questões de redação. Por esse lado, tem sido bem enriquecedor e estou contente.

Havia 10 anos que não tinha aulas formais de inglês, por isso estou recordando algumas coisas também. É importante ter um inglês preciso e realmente espero passar a mesma ideia do que penso em português. As aulas me ocupam todo o período da manhã, e as tarefas não têm uma carga tão pesada. Está dentro dos meus limites, e ando conhecendo mais pessoas. No próximo post, comentarei sobre algumas curiosidades engraçadas que estou vivenciando no curso.

Bridal Cave

Na viagem do fim de semana, visitei uma caverna chamada Bridal Cave: bridal é um adjetivo que se refere a noivos, pois esse local é muito conhecido por ser o cenário de centenas de cerimônias de casamento por ano. Segundo eles, são muitos casais que oficializam seu matrimônio na segunda sala da caverna, que fica à beira do lago visitado (Lake of the Ozarks), bem próximo do município de Camdenton, no Missouri.

A caverna é um ponto turístico desde 1948, e há duas lojinhas interessantes. A entrada da caverna propriamente dita é bem pequena, mas no interior há umas 10 salas, ou melhor, espaços distintos a serem apreciados. A iluminação é muito boa e o passeio é feito com um guia, que explica a história do local, dá informações sobre a formação das cavernas e responde qualquer dúvida ou curiosidade. As salas são enormes! Algumas têm o pé direito super alto (como se fosse um prédio de 4 andares, mais ou menos).

Há muitas colunas bem grandes que se formam no interior da caverna. O efeito é bem interessante. Porém, a parte chata é que tem muita água no caminho – e é justamente por causa dela que se formam essas estruturas! As colunas se formam porque, com os minerais e a água que caem, se solidificam.

E no último espaço da caverna, há um lindo lago, que dizem ser bem profundo! É lindo, e chama-se Misterious Lake (seria lago misterioso). Ao me deparar com aquilo, logo me veio na cabeça a cena do filme 127 horas (para quem viu, é quando ele mergulha no meio das pedras com duas turistas). Foi minha primeira experiência numa caverna e gostei muito!

Obs. 1:  Fiquei alguns dias sem postar nada porque a semana foi cheia de atividades, principalmente porque comecei um curso intensivo de inglês.

Obs. 2: Desde o último post, não tenho conseguido incluir fotos… Não sei que tipo de problema ocorre por aqui. Peço desculpas, pois tirei mais de 500 fotos no fim de semana e não consigo ilustrar as histórias!

Um fim de semana no Missouri

Meus últimos 3 dias foram de bastante aventura: saí com um grupo de 10 pessoas (2 americanos, 7 chineses e eu) rumo ao interior do Missouri, onde passaríamos 2 noites em Roach, à beira de um lago – Lake of the Ozarks – e perto de Camdenton, a cidade mais próxima do local.

O caminho foi longo, pois foram 18 horas de estrada (ida e volta), e Illinois é uma planície gigantesca, sem nenhuma paisagem especial para ser apreciada. Paramos duas vezes em cada trecho e fui conhecendo alguns dos chineses, além de conversar bastante com o casal americano que conduzia a viagem.

O local é muito calmo e bem bonito. O lago não era assim originalmente, pois até construírem uma represa, era o Ozarks River (um rio). Atualmente o lago é de propriedade privada e mantido pela empresa que construiu o reservatório para geração de energia elétrica.

Na sexta-feira, apenas jantamos e dormimos porque não havia tempo para mais nada. Porém, o sábado foi cheio de atividades! Pela manhã, fomos ver um desfile que celebrava a Dogwood, uma espécie de árvore, cujas flores surgem nesta época do ano (http://en.wikipedia.org/wiki/Cornus_%28genus%29). O evento estava bem movimentado e vimos todos os tipos de instituições lá representados: desde escolas, polícia, corpo de bombeiros, exército e associações (de luta contra o câncer, de escoteiros diversos etc.), até empresas locais (que fazem limpeza, que vendem água potável, que comercializam tratores) e grupos de personagens variados (de teatro, de misses, de fantasia etc.)! Foi bem divertido!

Ainda no sábado, passamos na feira de artesanato regional, e adorei ver tantas coisas diferentes, que ia de geléia caseira, panos de prato e bolsas, até bijuterias, móveis e livros. Acabei comprando uns cartões e uns lacinhos. Almoçamos na casa onde estávamos passando os dias – casa da irmã do senhor que organizou a viagem – e fomos ao Bridal Cave, uma caverna bem grande que fica na região e tem seu turismo explorado desde 1948. Foi minha primeira vez numa caverna e é algo bem diferente! E na volta, ainda passamos pelo museu de Camdenton, que conta com vários objetos que perteceram ao pessoal da cidade. Bem simples, porém vi muitas coisas curiosas. Eu gostei!

No domingo de manhã, fomos convidados a ir à missa numa igreja batista (o tipo mais comum em Missouri, diferentemente de Illinois, onde a maioria é luterana). É claro que aceitei, pois esses tipos de experiências são únicas. O culto tem várias características em comum do que já havia visto nas missas católicas, porém outras particulares. Achei a igreja moderna, pois o padre é bem carismático e o local conta com uma grande tela de projeção, onde as pessoas acompanham as leituras, as músicas e as rezas numa apresentação! Além disso, havia piano ao vivo e um grande coral (para uma igreja relativamente pequena).

E em alguns espaços de tempo, aproveitava para ler à beira do lago ou ao lado da lareira. Foi um passeio rico em vários sentidos!

Lake of the Ozarks

Hoje viajo ao Lake of the Ozarks, um grande lago que se localiza no interior do Missouri. Este estado faz fronteira com Illinois (ao sudoeste), mas Dekalb fica ao norte, e o vilarejo onde passarei o fim de semana está ao sul de Missouri, ou seja, será praticamente atravessar dois estados!

Vou com um grupo de 10 pessoas, cujo organizador é americano, porém a maioria é de outros países. Pelo que entendi, o restante do grupo deve ser da China (eles também são a maior parte do mundo, certo?!). Será uma viagem em terra e o trajeto dura 9 horas. Me avisaram que haverá internet wifi no ônibus, então acredito que não será tão ruim assim.

Saindo na sexta ao meio-dia, chegaremos no fim da noite. O organizador da aventura já nos descreveu com detalhes sobre o que haverá para comermos durante o caminho e em todas as refeições! E voltaremos na tarde de domingo, daí provavelmente chegarei em casa por volta das 23h. Parece que haverá uma feira de produtos locais, e também muito tempo para estudarmos, contemplarmos o lago e ter o tempo bem livre. Estou animada e com certeza vou tirar várias fotos!

Evento internacional numa escola

Na semana passada, uma consultora acadêmica da universidade me convidou para participar de um evento – tipo feira – internacional na escola onde suas filhas estudam, e que eu pudesse falar do Brasil (cada estrangeiro falaria de seu país). A escola de ensino fundamental fica em Sycamore, cidade vizinha de Dekalb. Ela levou boa parte do grupo em sua van, saímos às 16h do campus, e só cheguei em casa depois das 21h!

Chegando na escola, comemos pizza (como disse uma americana, nenhum evento dos EUA pode ficar sem comida!) e preparamos nossa sala de aula. Ficamos por quase 2 horas apresentando o país para as crianças que passavam de sala em sala, como se cada espaço fosse um país. De mim, ganhavam um adesivo escrito Brazil num passaporte de brincadeira, além de precisarem fazer anotações. As crianças eram do jardim até a 5ª série, e tinha entre 5 e 11 anos de idade.

Além de mim, que representou o Brasil, estavam México, Indonésia, Alemanha, Paquistão, Mali, Zimbábue, China, Equador, Uruguai, Bulgária, entre outros. Levei uma apresentação em powerpoint com fotos e explicações de geografia, história, economia, música, culinária, pessoas famosas e, claro, esportes (não é que algumas pessoas reconheceram a foto do Pelé? – eu o coloquei fazendo gol de bicicleta!). Alguns pais entravam com as crianças e conversavam bastante comigo também. E quando chegava na parte esportiva, diziam: “vocês levaram as Olimpíadas de Chicago!”.

Ao final, houve uma apresentação de dança mexicana, de um ritual indonésio, e de artes marciais. Todo o evento foi bem divertido! E foi minha primeira experiência de lecionar algo para crianças. Adorei! Mas felizmente concluí que prefiro dar aulas para adultos.

Gosto de chá, mas sou viciada em café

Por aqui, conheci vários asiáticos e, por tradição, eles apreciam muito o chá. Mas também percebi que vários americanos também gostam bastante de chá. No Brasil, vejo inúmeros fãs da bebida, mas não acho que seja uma unanimidade, além de existirem os fãs de iced teas, que para mim está mais para bebida com sabor e muito açúcar do que qualquer coisa.

Na Colômbia, não bebia muito chá por motivos óbvios. Com tanto calor que enfrentava, beber um chá me mataria de vez. Porém, nunca dispensei um café, pois também adoro. Aliás, percebi que se fico alguns dias sem café, tenho tonturas… Isso é dependência…!

E por aqui, compro vários tipos de chás, geralmente os pretos e os verdes. Todos os dias, tomo pelo menos um copo, estou adorando todos os sabores que testei!

No entanto, não comprei café para deixar em casa. E por essa razão, tomo apenas na faculdade ou no Starbucks. E não deixo de ter um copo de café pelo menos 3 vezes por semana! Cheguei nesse ponto do vício, será que é ruim? Acho que foi o café colombiano que me deixou assim!

Starbucks

O Starbucks é uma grande rede norte-americana de cafeterias com filiais em todo o mundo: http://www.starbucks.com. Demorou bastante para chegar no mercado brasileiro, mas há poucos anos começou sua atuação em São Paulo e outras cidades, e desde então aprecio o café deles. Seus produtos também são maravilhosos, e o preço infelizmente não é dos mais baixos. Mas diria que o custo-benefício é muito bom.

Seu café é, em minha opinião, de alta qualidade, e suas bebidas são criativas e com muito sabor. Além do café do dia, costumo tomar o caffe latte, o cappuccino e o hot chocolate. Prefiro bebidas quentes às frias. Mas se quero algo para refrescar, peço os chás, que são sempre da marca Tazo. Aliás, os chás Tazo são os mais saborosos que conheci até hoje, e me desculpem os chás japoneses, indianos e ingleses que já tomei na vida e também adorei.

Os produtos que eles vendem como acessórios também são bem legais, como as canecas, as chaleiras, os copos etc. Porém, para acompanhar as bebidas no meio de uma tarde ou à noite, nada melhor que um pacote de pipoca – sabor manteiga ou pimenta – ou um pedaço de muffin com blueberries. E as madeleines são ótimas, porém um pouco gordurosas.

Também gosto bastante do ambiente que eles oferecem, com vários tipos de mesas, sofás e cadeiras, e música ambiente de jazz, bossa nova, salsa, entre outras. Por aqui, o pessoal usa muito esse espaço para estudar e ficar na internet, como é o meu caso! Em semanas mais pesadas de estudos, são várias mesas cheias de livros e discussões acaloradas dos estudantes! E haja café!

Esporte como variável da cultura

No Brasil, se olhamos para um parque ou ginásio, o mais provável é ver pessoas – de qualquer idade – jogando futebol. Também podemos encontrar outras jogando vôlei, basquete, daí talvez jogando peteca, handebol, entre outros. Porém, definitivamente veremos crianças e adultos batendo bola com os pés. O Brasil é o país do futebol, como muitos já diziam.

Sempre gostei dos mais variados esportes, de vê-los na TV e/ou de práticá-los. Porém, há alguns esportes que, quando mencionava, as pessoas falavam: “Softbol? O que é isso? Badminton? Acho que já ouvi falar…” Quando estive na Colômbia, achei incrível que todos eram fãs de beisebol, por exemplo. Lá, fui a um jogo no campo de beisebol, e a torcida toda empurrava o time, comentava e acompanhava direito. E quantos brasileiros saberiam pelo menos explicar as regras básicas do beisebol?! Talvez saibam apenas que é um jogo de taco, bola e luva!

E aqui nos EUA os esportes também têm outra dinâmica. O esporte nacional é o futebol americano, seguido do basquete e do beisebol. Outro dia, perguntei a um conhecido se ele sabia quem era Pelé. E ele disse que nunca havia ouvido falar… Mas ele sabe dar os nomes de vários times e jogadores do futebol americano, assim como explicar todas as regras desse jogo.

Quando vou ao centro de esportes, me deparo com 6 quadras múltiplas. Em pelo menos 4 estão jogando basquete. E as outras, vazias! Realmente o basquete é importante por aqui! E as quadras públicas nos parques também estão cheias de quadras de basquete e de beisebol. No entanto, em Chicago vi alguns meninos fazendo embaixadinhas de futebol. Achei que fosse miragem, foi a primeira vez que vejo esse esporte por aqui! E apesar dos apesares, dizem que o futebol é o 4º esporte dos EUA em movimentação de capital… Porém, em popularidade deve estar muito pior.

Outros esportes bem comuns por aqui são: tênis, golfe, natação, ginástica, entre vários outros. Mas ainda precisam de muito espaço para vencerem o basquete, beisebol e futebol americano! E quando quis jogar badminton e conseguir companheiros, consegui vários. Ninguém me perguntou o que era, simplesmente sabiam jogar. Há momentos em que me sinto mais adaptada em outros lugares!

Os prédios de Chicago

Um dos grandes pontos fortes de Chicago é a sua arquitetura. Cada edifício possui características próprias e uma história que explica o seu modelo. Fiz um tour pela cidade, cujo tema era a evolução da arquitetura dos prédios nos últimos 170 anos. Esse período conta com 5 grandes estilos: antigo, clássico, moderno, pós-moderno e contemporâneo.

O tour dura 1 hora, mas é possível aproveitar bastante do conteúdo que é passado pela guia. Os prédios antigos são muito raros, pois houve um incêndio que destruiu todo o centro da cidade em 1871, deixando mais de 300 mortos. Na verdade, os bombeiros previam que um incêndio poderia acontecer, mas alertaram pouco, e com um foco que se iniciou, o forte vento do local espalhou as chamas para todos os lados. O prédio da figura abaixo tem mais de 170 anos, e foi um dos que resistiram ao grande incêndio por causa de seu material, a terracota. Inclusive, a terracota foi um material obrigatório nos prédios que se ergueram após esse triste incidente.

Os tipos clássicos foram marcados por estilos mais robustos, janelas maiores que do período anterior (porém recuadas), e bases mais fortes para sustentar uma estrutura mais alta. Um prédio típico que representa o estilo é o Marquette. Entramos no hall principal, e as decorações são lindas! As portas dos elevadores têm em cima um busto de um personagem branco, e de um personagem índio, que vão se revezando a cada entrada. Isso era para mostrar a integração dos colonizadores com os nativos.

Na arquitetura do estilo moderno estão os edifícios que surgiram na década de 1970, e a torre do Bank of America é uma construção que mostra muito bem as características do período. Os prédios ficaram ainda mais altos, com muitas retas rígidas. A ideia era seguir linhas e linhas, com exatidão. Usou-se o granito com abundância. Entramos na portaria e mesmo internamente se vê tudo alinhado. Foi o primeiro prédio da cidade com academia no subsolo, restaurantes no hall, entre outros serviços de edifícios modernos!

O estilo pós-moderno veio um pouco rebelde, em minha opinião. O nosso exemplo de demonstração foi a biblioteca pública de Chicago, que foi construído em 2002 e tem uma arquitetura exótica.

Por fim, os últimos arranha-céus da cidade são considerados contemporâneos. E um exemplo importante é o prédio do super milionário Trump, que tinha uma intenção inicial de levantar o edifício mais alto do mundo, mas quando soube dos projetos asiáticos e da pesquisa que fez com investidores (que não viam a necessidade de se ter algo recordista), deixou a ideia de lado. Esse prédio foi concluído em 2008.

Sempre gostei de metrópoles e de seus prédios. Mas depois dessa aulinha de 1 hora, pude apreciar a cidade com outros olhos. Espero fazer outros tours, pois a arquitetura é um tema que me atrai.